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Wilson Xisto

Desde criança ele via o que não se via.
Sonhos repetidos. Presenças sem rosto. Silêncios cheios de voz.

Enquanto outras crianças aprendiam a andar de bicicleta,
Wilson Xisto aprendia a caminhar entre mundos.

Levado a psiquiatras, médicos, diagnósticos.
Nada explicava.
Foi a avó quem abriu a primeira porta: um centro de mesa branca, Kardecista.

Ali, com sete anos, Xisto apaga em plena sessão.
Quando volta a si, está sentado no centro da mesa, entre médiuns adultos,
como se o lugar sempre tivesse sido dele.

A partir desse dia, ele não parou de ver.
Aprendeu, sim, a segurar o que via.

Dos 7 aos 14, médium de incorporação.
Na juventude, estudos do poder da mente.
Umbanda. Candomblé. Santo Daime.
Ayahuasca peruana.

Até que o chamado ficou mais seco, mais fundo, mais antigo:
o chamado do deserto de Sonora.

Entre as areias e ventos da tribo Seri (Konkáak),
Xisto não foi turista espiritual.
Foi reconhecido como médico tradicional –
iniciado em rezos, cantos e medicinas que não cabem em frases prontas.

Da mesa branca ao deserto,
da floresta ao tambor,
nasceu a Trilha Entre Mundos.

Não é religião.
Não é terapia de moda.
Não é entretenimento espiritual.

É um caminho de verdade com as medicinas da Terra,
onde a música não é show – é rezo.
Onde a cerimônia não é evento – é rito.
Onde cada pessoa é chamada a se encontrar consigo mesma sem máscaras.

Se você sente algo mexer aí dentro enquanto lê,
talvez não seja curiosidade.
Talvez seja memória.

Bem-vinde à Trilha Entre Mundos.
O caminho não promete conforto.
Promete presença.

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